Servidores da educação de Valparaíso de Goiás aprovam estado de greve durante Assembleia Geral

Com indicativo de greve geral SINDSEPEM/VAL convoca servidores e servidoras da educação para uma Assembleia Geral
18 de fevereiro de 2022
Escola Municipal Araruama está funcionando com estrutura precarizada
3 de março de 2022

Os servidores da educação de Valparaíso de Goiás realizaram um novo ato na manhã desta quarta-feira, 23 de fevereiro,  em frente a prefeitura da cidade. Os trabalhadores buscam com as paralisações condições dignas de trabalho, valorização da classe trabalhadora municipal. A categoria exige também a abertura de concurso público para todos os cargos, contrato temporário para merendeiras, orientadores escolares, além do piso salarial do magistério que não foi pago pela prefeitura, Auxílio Alimentação, Vale Transporte integral e gestão democrática com eleição para diretor (a) escolar.


 

Servidores em busca de valorização -2022 (Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)


 Durante o ato, o presidente da instituição, Marcilon Duarte, informou que esteve ontem, 22, no período da tarde, juntamente com o Secretário de Finanças do SINDSEPEM/VAL, Diego Damasceno, na Secretaria Municipal de Educação (SME), ambos aproveitaram a oportunidade para uma conversa com Rudilene de Faria Nobre, secretária da Pasta. Durante o encontro, os representantes do sindicato se queixaram, mais uma vez, sobre a  dificuldade de diálogo imposta  pelo prefeito, Pábio Mossoró (MDB).  Além disso,  Duarte e Damasceno reforçaram as reivindicações  da categoria.

De acordo com Duarte, Rudilene prometeu, novamente, que enviará  um Projeto de Lei (PL) à casa de leis até o final desta semana. ” O projeto que a secretária  encaminhará para a Câmara Legislativa,  terá um  percentual  de aproximadamente 19% na base, e aí aumenta para todo mundo”, disse o presidente.


A luta por direito é um ato coletivo que nunca acaba (Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)


Preocupados se a categoria poderá ser prejudicado com o PL,  Marcilon afirmou que  o sindicato solicitou à SME o texto antes de ser encaminhado para votação na plenária: “a categoria precisa saber o que tem no bojo desse projeto, se é isso mesmo ou se seremos prejudicados”. Outro ponto que levantado ao longo da conversa, foi o pagamento da data base a qual o SINDSEPEM/VAL defende um percentual de 15%, mas a secretária alega dificuldades orçamentárias e disse que o município prevê  o pagamento de apenas 10%.

” Essa é a única linha de negociações que temos hoje. Infelizmente, o prefeito Pábio Mossoró foge da categoria, não senta com o sindicato. Eu não tenho dúvida que a mobilização da categoria vale a pena e que ela está surtindo efeito. É importante que a gente continue mobilizando”, finalizou Marcilon Duarte.


Dando seguimento à reunião, o professor Silvano aproveitou a oportunidade e defendeu, entre outras pautas,  a redução de carga horária para aqueles(as) que  estão próximo a se aposentar, o pagamento de 33,24% no piso do magistério, concurso público para todos os cargos. “Eu sempre disse: ninguém ouse duvidar do poder de luta e organização dos servidores de Valparaíso. E aqui está a demonstração disso. Os companheiros estão firmes. A Assembleia de terça feira passada(15) e a de hoje(23), garante que pelo menos inicie-se um processo de abertura de um canal de conversa entre a direção do sindicato e, pelo menos, com a secretária de educação, pontuou

Contudo, Silvano frisa que para a garantia da ampliação das propostas do sindicato, da aplicação do piso salarial  e da  data base, é necessário muita luta. Segundo ele, “ o piso não atende todos os servidores”  mas  “a data base, sim, a revisão do plano de carreira e o Vale Alimentação também”, ressaltou ele.


Professor Silvano na ponta direita com servidoras em Assembleia(Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)


As nossas conquistas serão do tamanho das nossas lutas. Se nós conseguimos chegar na possibilidade dos 19%, é porque nós não sucumbimos a pressão de alguns diretores. Tem diretor que é companheiro, sensível a luta, porque sabe que também será beneficiado. Pena que a Secretária de Educação esqueceu que é professora”, complementou o professor Silvano.

O Secretário Geral do SINDSEPEM/VAL, Jean Mourão, teceu uma série de críticas a Rudilene, e relembrou  que em dezembro de 2021, ela não cumpriu a promessa de enviar um Projeto de Lei  para a Câmara Legislativa referente o abono Fundeb. “A secretária de educação  mentiu para a categoria ao falar que encaminharia à Câmara o projeto para o rateio”.  Além disso, Jean repreendeu a postura da vice-prefeita de Valparaíso de Goiás, Zeli  Fritsche, que sugeriu aos servidores da educação em uma entrevista a um veículo de comunicação local a mudarem de profissão. “Eu quero aqui enviar um recado para a Dra. Zeli: eu não dependo de elogio do governo. “Se a gente tiver aqui sendo elogiado pelo governo, tem alguma coisa errada. Eu quero chamar para a reflexão de duas palavras, a primeira é esperança, um sentimento de desejo e fé” E motivação, existe um motivo para esta categoria estra aqui, é pela data base, direto da progressão que ele não pagou, pelo piso nacional de 33,24% para todo mundo e não pingado como ele quer fazer”, destacou Mourão.


Wagner à esquerda e Jean Mourão ao meio( Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)


“A comunidade merece saber que as escolas estão caindo os pedaços. Nós nunca prejudicamos alunos. Em dois anos de pandemia sempre fizemos o nosso melhor pela comunidade escolar, diferente do governo, que quando não recebe o sindicato, vira as costas para a comunidade e para os estudantes”, argumentou Jean.


Servidores da educação em ação(Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)


2022 começou com muita luta por direitos pela classe trabalhadora (Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)


Assembleia Geral (Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)


Servidores unidos (Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)


O professor e membro do SINDSEPEM/VAL,  Rollf Naftulio  reforçou em sua fala que esta não é a primeira vez em que o governo municipal descumpre a legislação e que o mesmo  não inspira confiança. “Nós não podemos confiar nesse governo. No ano de 2020 a data base já estava aprovada, e depois que veio o decreto ele tinha legalidade para pagar o reajuste, mas não o fez”, iniciou.

“É para essa administração que nós temos que mostrar a nossa força, que nós não aceitaremos migalhas de 10% que o governo pretende dar como reajuste, ressaltou Rolff ao apontar que  o percentual não supre as perdas salarias que a categoria vem sofrendo ao longo do tempo.

Informes

Ainda durante a Assembleia, Diego Damasceno, Secretário de Finanças, informou que aquelas escolas em que  exista  dois ou mais casos positivos  de Covid-19, procurem a nossa entidade para que juntos possamos formalizar as devidas denúncias. 

Resultado da Assembleia Geral

Os servidores presentes na Assembleia de hoje, 23 de fevereiro de 2022, aprovaram  por unanimidade pela deflagração do estado de greve. Ou seja, é um período  em que o SINDSEPEM/VAL terá para garantir a legalidade de uma possível greve por tempo indeterminado.  A entidade sindical afirma que as reivindicações não são sobre dinheiro,  vão muito além. A luta do sindicato  busca abrir a mesa de negociação  com o governo para discutir sobre a valorização dos trabalhadores, melhores condições de trabalho, respeito, bem como efetuar  cobranças sobre o restabelecimento das perdas salariais  durante os três  anos em que a remuneração dos servidores ficou congelada mesmo em meio a um cenário de pandemia associado a inflação altíssima,  que impactou nos preços de produtos como gasolina, gás, energia elétrica e cesta básica.  Desse modo, o sindicato faz um apelo aos companheiros e companheiros para que todos comecem um processo de  mobilizar os demais colegas de trabalho para que o ato tenha  uma grande adesão. 

Foto Destaque: Servidores da educação apoiam estado de greve durante Assembleia Geral. (Foto: Gilvanete Costa/SINDSEPEM/VAL)

SINDSEPEM/VAL, é tempo de Resistir!

 

× Como posso te ajudar?