FRUSTRAÇÃO E SILÊNCIO: SAÚDE IGNORA ENCONTRO COM AGENTES E REFORÇA INSATISFAÇÃO DOS SERVIDORES EM VALPARAÍSO

Nem o prefeito, nem a secretária de saúde. O encontro convocado para esta segunda-feira (14/04) com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), em um treinamento de formação dos profissionais da saúde nas dependências da FACEV – Faculdade Evangélica de Valparaíso de Goiás, acabou marcada pela ausência das principais figuras do governo municipal de Valparaíso. O compromisso, que havia sido anunciado como espaço para apresentar respostas e estudos técnicos sobre a pauta da categoria, se transformou em mais um capítulo de frustração para os trabalhadores da saúde.

A presidenta do Sindsepem/Val, Olízia Matos, esteve presente desde as primeiras horas da manhã e confirmou que, até o início da manifestação, nenhuma autoridade apareceu para dialogar com os profissionais. “A secretária nos disse que hoje informaria os trabalhadores sobre o estudo técnico que mandou fazer, falando da revisão dos planos de carreira, dos pisos, das tabelas salariais. Também prometeu apresentar as providências para aquisição de EPIs. Mas até agora, nada. Nenhuma resposta oficial”, desabafou Olízia.

Promessas não cumpridas

Segundo relatos da direção sindical, a secretária havia se comprometido previamente a divulgar os resultados de um estudo técnico relacionado à reestruturação das tabelas salariais e à fixação dos pisos nacionais como vencimento base para:

• Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
• Agentes de Combate às Endemias (ACE)
• Enfermeiros
• Técnicos de Enfermagem
• Auxiliares

Além disso, a licitação para a compra de EPIs, como botas, coletes, camisas, bonés e protetor solar, também estaria em andamento e seria anunciada formalmente durante o encontro. Nada foi apresentado.

Durante o evento, mesmo sem a presença da gestão municipal, a presidenta Olízia Matos subiu ao palco e deixou um recado firme aos profissionais da saúde. Reafirmando o compromisso do sindicato com a luta coletiva, ela destacou que a pauta não é apenas salarial, mas uma questão de sobrevivência e dignidade:

“Nossa luta é pela fixação dos pisos, sim. Mas também é por respeito à dignidade de quem sustenta o SUS com seu trabalho diário. Os pisos, mesmo garantidos constitucionalmente, ainda são muito baixos diante da relevância de cada agente de saúde, de combate às endemias, técnico e enfermeiro para a sociedade. Esse direito foi conquistado para valorizar os trabalhadores — não para ser usado por governos como desculpa para economizar em cima da miséria salarial da categoria.”

Reivindicação segue firme

A ausência da gestão municipal apenas reforça o sentimento de descaso com os profissionais da saúde. “Nossa luta é pelo que é nosso de direito. A redução dos percentuais de progressão em 2022 causou enorme prejuízo, especialmente aos agentes de saúde e endemias. É urgente corrigir isso, revisar as tabelas e garantir a valorização real dos servidores”, enfatizou Olízia.

A mobilização realizada nesta segunda é mais um sinal de que a categoria não está disposta a aceitar promessas vazias. O Sindsepem/Val afirma que continuará pressionando o governo por meio de todos os canais legais e legítimos de luta sindical.

O recado está dado

“Estamos aqui para cobrar, para exigir o que é nosso. Não aceitamos mais silêncio. Quem cuida da saúde de Valparaíso merece respeito!”