CRÔNICA DO 1º DE MAIO – ENTRE O SUOR E O SILÊNCIO

Neste 1º de Maio, reforçamos a força do servidor de Valparaíso: quem cuida da cidade merece respeito, salário digno e valorização.

Outro 1º de Maio amanhece. O despertador toca, o café esquenta, o ônibus atrasa, e mais um dia de trabalho começa. Para muitos, feriado; para outros, expediente normal. Mas, para todos nós, trabalhadores e trabalhadoras, é um lembrete: a história que carregamos nos ombros não foi escrita com favores — foi escrita com luta.

Houve um tempo em que se morrer por pedir oito horas de jornada era comum. Isso foi em Chicago, 1886. Mas poderia ter sido ontem, em qualquer fábrica sem sindicato, em qualquer call center que cobra metas com voz baixa e ameaça velada.

Aqui no Brasil, a gente viu de tudo um pouco: Getúlio com a CLT, greves que desafiaram ditaduras, sindicatos perseguidos e ressurgindo como fênix a cada ataque. Viu também conquistas virarem papel velho com uma canetada. Como na reforma trabalhista de 2017, que prometia modernidade, mas entregou contratos frágeis e a volta do “bico” como regra. Ou na reforma da Previdência, que disse “economia” enquanto postergava o direito de descansar.

E agora, o novo nome da precarização atende por “pejotização”. Parece moderno, parece empreendedorismo. Mas, na prática, é o velho truque de pagar menos direitos com a desculpa de uma nota fiscal. PJ é o trabalhador solitário, sem férias, sem 13º, sem aviso-prévio — com CPF na mão e medo no bolso.

Quem segura a barra? Os sindicatos. Aqueles que muitos tentaram desacreditar, mas que seguem firmes, negociando reajuste, defendendo servidor afastado, lutando por concurso público e segurando o osso quando o governo quer cortar a carne.

É fácil esquecer tudo isso quando o contracheque cai. Difícil é lembrar quando o contracheque some.

Por isso, hoje não é só sobre lembrar o passado. É sobre pensar no presente — e agir pelo futuro. É sobre se perguntar: “Quem está do meu lado quando o patrão chama para conversar a portas fechadas?” Ou melhor: “Quem ainda acredita que vale a pena lutar por condições melhores?”

O nome disso é consciência. E, num país onde querem transformar todo mundo em empreendedor de si mesmo, lembrar que você é trabalhador — e que merece dignidade — é um ato revolucionário.

E para você, servidor público municipal de Valparaíso de Goiás, que garante a saúde funcionar, a escola abrir, a rua ser limpa e o serviço público existir com dignidade: a campanha salarial de 2025 não é só sobre números — é sobre respeito.

O tema escolhido este ano, “Quem cuida desta cidade sou Eu!”, não é slogan de passeata. É verdade cotidiana. É a força invisível que mantém Valparaíso de pé, mesmo quando o reconhecimento não vem, mesmo quando a valorização atrasa.

Neste 1º de Maio, transforme essa verdade em luta. Valorize quem cuida da cidade: você.

O Sindsepem/Val é sua trincheira de resistência e sua ponte de diálogo. Fortaleça seu sindicato, participe das assembleias, diga alto e em bom som: quem cuida de Valparaíso de Goiás merece salário digno, carreira justa e respeito permanente.

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